A Tua Importância na Tua Vida
É fundamental reconheceres a tua importância na tua vida. Por algum motivo nasceste, aprendeste a respirar e tiveste direito a um nome, nome esse que, em conjunto com as tuas características, te identificará eternamente como um ser individual, único e livre. Haverá algo mais especial e precioso que isso? Estou em crer que não; ainda assim, encontro muitas pessoas a quererem ser outras e outras ainda a querer acabar com elas próprias na esperança de, imediatamente, poderem vir a ser outro alguém. É o teu caso? Se for deve ser uma chatice, mas, também, se não te dás qualquer importância, que importância te darei eu? Já calculaste o perigo em que incorres por pensar desta maneira? Em menos de nada, estarás sozinho ou rodeado de gente como tu, ausente e que meteu férias no inferno para sempre. Bom, mas alegrem-se os corações porque acredito que não lerias estas linhas iniciais se nada estivesse a borbulhar aí dentro, se não existisse, pelo menos, uma fugaz esperança e uma enorme vontade de mudar. Está atento, o passado só influencia o presente se mantiveres o mesmo comportamento, por isso liberta-te dessa dor por uns instantes e lê em voz alta a próxima frase tantas vezes quantas achares necessário.
Passagens sobre Diferença
341 resultadosNinguém sabe o que é a morte, mas não faz muita diferença porque também nunca sabemos o que é a vida.
A diferença do amor e do ódio, é que pelo ódio a gente mata, e pelo amor a gente morre.
Talvez não haja diferença entre nós e o presidente dos EUA se ficarmos nus.
Trazer a Paixão de Volta
Se te encontras numa relação, e parto do princípio que se lá estás é porque ainda a queres, a única via para trazeres a paixão de volta ao seio do vosso quotidiano passa por rompê-lo. Sim, acabar com os hábitos, com as rotinas doentias e enfadonhas e com tudo aquilo que está, deem conta ou não, a acabar convosco e a consumir-vos lentamente. Daqui a pouco, se é que já não se encontram nesse estado, já nem podem olhar um para o outro, ouvir-se, cheirar-se e muito menos tocar-se e, por incrível que pareça, nada disto significa que o amor tenha desaparecido. O que se escafedeu foi mesmo a paixão, a ponte que passa por cima de todas as diferenças, conflitos e afins. Uma noite de sexo ou uma conchinha ao dormir, por exemplo, conseguem salvar a turbulência de uma semana inteira. É a magia dos sentidos.
Portanto, e retomando a nossa conversa, se queres despertar novamente o fogo entre ti e a pessoa com quem estás, não esperes mais pelo trágico e anunciado fim nem por uma eventual iniciativa que o outro possa tomar, agarra tu nas rédeas da tua vida e convida a pessoa para um jantar ou um outro programa qualquer num lugar diferente,
Os Feitos Simples são os Mais Elogiados e Lembrados
Duas pátrias produziram dois heróis: de Tebas saiu Hércules; de Roma saiu Catão. Foi Hércules aplauso da orbe, foi Catão enfado de Roma. A um admiraram todos, ao outro esquivaram-se os romanos. Não admite controvérsia a vantagem que levou Catão a Hércules, pois o excedeu em prudência; mas ganhou Hércules a Catão em fama. Mais de árduo e primoroso teve o assunto de Catão, pois se empenhou em sujeitar os monstros dos costumes, e Hércules os da natureza; mas teve mais de famoso o do tebano. A diferença consistiu em que Hércules empreendeu façanhas plausíveis e Catão odiosas. A plausibilidade do cargo levou a glória de Alcides (nome anterior de Hércules) aos confins do mundo, e passará ainda além deles caso se alarguem. O desaprezível do cargo circunscreveu Catão ao interior das muralhas de Roma.
Com tudo isto, preferem alguns, e não os menos judiciosos, o assunto primoroso ao mais plausível, e pode mais com eles a admiração de poucos que o aplauso de muitos, sendo vulgares. Os milagres de ignorantes apelam aos empenhos plausíveis. O árduo, o primoroso de um superior assunto poucos o percebem, embora eminentes, sendo assim raros os que nele acreditam. A facilidade do plausível permite-se a todos,
Influenciar o Estado de Espírito
Nunca é possível anotar e avaliar todas as circunstâncias que influenciam o estado de espírito do momento, que até estão activas dentro dele, e que finalmente estão activas na própria avaliação, por isso é falso dizer que ontem me senti decidido, que hoje estou desesperado. Estas diferenças apenas provam que a pessoa deseja influenciar-se a si própria, e tão longe de si própria quanto possível, escondida por detrás de preconceitos e fantasias, criar temporariamente uma vida artificial, tal como alguém, por vezes, a um canto da taberna, suficientemente escondido por detrás de um pequeno copo de uísque, inteiramente só consigo próprio, se entretém com imaginações e sonhos improváveis e falsos.
Um grande período de tempo colocado inesperadamente à nossa disposição tende a ser desperdiçado. Já os pequenos espaços de tempo, de cinco, dez minutos, podem até ser bem aproveitados, desde que estejamos dispostos a isso. O dinheiro ganho no jogo é facilmente desperdiçado, mas o obtido através do trabalho pode formar uma grande fortuna. O mesmo se pode sizer do tempo. Aquele que aproveita os poucos momentos de folga para aprimorar seu talento torna-se gênio. A diferença entre o gênio e o medíocre está na atitude mental do dia-a-dia.
A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada.
O espírito vive da diferença, o afastamento existe, a plenitude deixa-o inerte.
A glória do império português está na maneira como soube preservar-se e misturar as raças, culturas e nacionalidades. No seu sentido mais profundo, significou respeitar a diferença, sem no entanto deixar que se tornasse sacrossanta.
A Origem do Medo
A condição psicológica do medo está divorciada de qualquer perigo concreto e real. Surge sob diversas formas: desconforto, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, temor, fobia, etc. Este tipo de medo psicológico é sempre algo que poderá acontecer e não algo que esteja a acontecer no momento. O leitor está aqui e agora, enquanto a sua mente se encontra no futuro. Este facto gera um hiato de ansiedade. Além disso, se o leitor se identificar com a sua mente e tiver perdido o contacto com o poder e a simplicidade do Agora, esse hiato de ansiedade acompanhá-lo-á constantemente.
A pessoa pode sempre lidar com o momento presente, mas não o consegue fazer com algo que é apenas uma projeção mental – não é possível lidar com o futuro.
E enquanto o leitor se identifica com a sua mente, o ego comanda a sua vida. Devido à natureza ilusória que lhe é característica e apesar dos mecanismos de defesa elaborados, o ego torna-se muito vulnerável e inseguro, vendo-se a si próprio constantemente sob ameaça. Este facto, a propósito, é o que acontece, mesmo que por fora o ego pareça muito confiante. Agora lembre-se de que uma emoção é a reação do corpo à mente.
A única diferença entre um sábio e um tolo é que o sábio tende a cometer erros mais graves. Porque ninguém confia num tolo para decisões importantes, enquanto o sábio teve oportunidade de perder batalhas, ou nações.
Arrumar os Mortos
É preciso que compreendam: nós não temos competência para arrumarmos os mortos no lugar do eterno.
Os nossos defuntos desconhecem a sua condição definitiva: desobedientes, invadem-nos o quotidiano, imiscuem-se do território onde a vida deveria ditar sua exclusiva lei.
A mais séria consequência desta promiscuidade é que a própria morte, assim desrespeitada pelos seus inquilinos, perde o fascínio da ausência total.
A morte deixa de ser a mais incurável e absoluta diferença entre os seres.
A diferença entre um homem inteligente e um tonto está em que aquele se repõe facilmente de seus fracassos, enquanto este nunca consegue recuperar-se de seus êxitos.
Entendimento Lúcido do Futuro
Uma diferença característica e muito frequente na vida diária entre as cabeças comuns e as sensatas é que as primeiras, na sua ponderação e avaliação sobre possíveis perigos, querem saber e levam em conta apenas o que de semelhante já terá acontecido. As outras, pelo contrário, ponderam o que possivelmente poderia acontecer. É como se tivessem em mente o provérbio espanhol: «O que não acontece num ano, acontece num instante». Decerto, a diferença em questão é natural, pois, para abarcar com a vista aquilo que pode acontecer, é preciso entendimento; já para ver aquilo que aconteceu, são suficientes os sentidos.
A nossa máxima, então, é: sacrifica-te aos demónios malignos. Por outras palavras, não se deve temer uma certa perda de esforço, tempo, desconforto, transtorno, dinheiro ou privação, para fechar as portas à possibilidade de uma desgraça. E quanto maior a desgraça, tanto menor, mais remota e improvável a sua possibilidade. O exemplo mais claro desta regra é o prémio do seguro. Ele é um sacrifício público oferecido por todos no altar dos demónios malignos.
No Fundo Somos Bons Mas Abusam de Nós
O comum das gentes (de Portugal) que eu não chamo povo porque o nome foi estragado, o seu fundo comum é bom. Mas é exactamente porque é bom, que abusam dele. Os próprios vícios vêm da sua ingenuidade, que é onde a bondade também mergulha. Só que precisa sempre de lhe dizerem onde aplicá-la. Nós somos por instinto, com intermitências de consciência, com uma generosidade e delicadeza incontroláveis até ao ridículo, astutos, comunicáveis até ao dislate, corajosos até à temeridade, orgulhosos até à petulância, humildes até à subserviência e ao complexo de inferioridade. As nossas virtudes têm assim o seu lado negativo, ou seja, o seu vício. É o que normalmente se explora para o pitoresco, o ruralismo edificante, o sorriso superior. Toda a nossa literatura popular é disso que vive.
Mas, no fim de contas, que é que significa cultivarmos a nossa singularidade no limiar de uma «civilização planetária»? Que significa o regionalismo em face da rádio e da TV? O rasoiro que nivela a província é o que igualiza as nações. A anulação do indivíduo de facto é o nosso imediato horizonte. Estruturalismo, linguística, freudismo, comunismo, tecnocracia são faces da mesma realidade. Como no Egipto, na Grécia,
Se recolhes um cachorro faminto e lhe deres conforto ele não te morderá. Eis a diferença entre o cachorro e o homem.
A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais…
Entender, mais pelo Sentir que pela Razão
Uma verdade só o é quando sentida – não quando apenas entendida. Ficamos gratos a quem no-la demonstra para nos justificarmos como humanos perante os outros homens e entre eles nós mesmos. Mas a força dessa verdade está na força irrecusável com que nos afirmamos quem somos antes de sabermos porquê.
Assim nos é necessário estabelecer a diferença entre o que em nós é centrífugo e o que apenas é centrípeto. Nós somos centrifugamente pela irrupção inexorável de nós com tudo o que reconhecido ou não – e de que serve reconhecê-lo ou não? – como centripetamente provindo de fora, se nos recriou dentro no modo absoluto e original de se ser.
Só assim entenderemos que da «discussão» quase nunca nasça a «luz», porque a luz que nascer é normalmente a de duas pedras que se chocam. Da discussão não nasce a luz, porque a luz a nascer seria a que iluminasse a obscuridade de nós, a profundeza das nossas sombras profundas.
Decerto uma ideia que nos semeiem pode germinar e por isso as ideias é necessário que no-las semeiem. Mas a sua fertilidade não está na nossa mão ou na estrita qualidade da ideia semeada, porque o que somos profundamente só se altera quando isso que somos o quer –