Natal
Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.Cega, a CiĂŞncia a inĂştil gleba lavra.
Louca, a FĂ© vive o sonho do seu culto.
Um novo Deus Ă© sĂł uma palavra.
NĂŁo procures nem creias: tudo Ă© oculto.
Passagens sobre FĂ©
556 resultadosSonhar Ă© Preciso
Sem sonhos, as pedras do caminho tornam-se montanhas, os pequenos problemas são insuperáveis, as perdas são insuportáveis, as decepções transformam-se em golpes fatais e os desafios em fonte de medo.
Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos foram dados como compensação às dificuldades da vida. Mas precisamos de compreender que os sonhos não são desejos superficiais. Os sonhos são bússolas do coração, são projectos de vida. Os desejos não suportam o calor das dificuldades. Os sonhos resistem às mais altas temperaturas dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo desaba sobre nós.John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca foram. Tem fundamento o seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a emoção e produzem um agradável romance com a vida.
Quem não vive um romance com a sua vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros luxuosos, viaje em primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo.Precisamos de perseguir os nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem de ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas sejam atingidas.
A fĂ© e a caridade sĂŁo afectos muito fidalgos, e muito bons de contentar. A fĂ© para crer, basta-lhe uma profecia e fica satisÂfeita; a caridade para amar, quando nĂŁo tenha benefĂcios, bastam–lhe agravos, que o amor atĂ© de ofensas se sustenta.
Tomava Daliana Por Vingança
Tomava Daliana por vingança
da culpa do pastor que tanto amava,
casar com Gil vaqueiro; e em si vingava
o erro alheio e pérfida esquivança.A discrição segura, a confiança,
as rosas que seu rosto debuxava,
o descontentamento lhas secava,
que tudo muda üa áspera mudança.Gentil planta disposta em seca terra,
lindo fruito de dura mĂŁo colhido,
lembranças d’outro amor, e fĂ© perjura,tornaram verde prado em dura serra;
interesse enganoso, amor fingido,
fizeram desditosa a fermosura.
NĂŁo dĂŞs fĂ© unicamente aos olhos do teu corpo. Melhor se vĂŞ o que Ă© invisĂvel
NĂŁo dĂŞs fĂ© unicamente aos olhos do teu corpo. Melhor se vĂŞ o que Ă© invisĂvel.
Eu amo tudo o que foi Tudo o que já não é A dor que já não me dói A antiga e errônea fé O ontem que a dor deixou O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia.
A fĂ© Ă© uma abertura. Um ato de confiança no que está para alĂ©m do entendimento. NĂŁo contar com a certeza dos mistĂ©rios na vida Ă© ficar-se apenas pelo que Ă© sĂłlido e superficial sem admirar o que há de mais profundo, ágil e belo…
Trazem-me a fé como um embrulho fechado numa salva alheia. Querem que o aceite para que não o abra.
Os Semeadores
VĂłs os que hoje colheis, por esses campos largos,
O doce fruto e a flor,
Acaso esquecereis os ásperos e amargos
Tempos do semeador?Rude era o chĂŁo; agreste e longo aquele dia;
Contudo, esses herĂłis
Souberam resistir na afanosa porfia
Aos temporais e aos sĂłis.Poucos; mas a vontade os poucos multiplica,
E a fé, e as orações
Fizeram transformar a terra pobre em rica
E os centos em milhões.Nem somente o labor, mas o perigo, a fome,
O frio, a descalcĂŞs,
O morrer cada dia uma morte sem nome,
O morrê-la, talvez,Entre bárbaras mãos, como se fora crime,
Como se fora réu
Quem lhe ensinara aquela ação pura e sublime
De as levantar ao céu!Ó Paulos do sertão! Que dia e que batalha!
Venceste-a; e podeis
Entre as dobras dormir da secular mortalha;
Vivereis, vivereis!
A fé verdadeira deve começar pelo conhecimento do Pai e do Eu. O Pai é Deus, e o Eu é o filho de Deus.
A fé é muito melhor que a crença. Crença é quando alguém pensa por você.
Já Não Sinto, Senhora, Os Desenganas
Já não sinto, Senhora, os desenganas
com que minha afeição sempre tratastes,
nem ver o galardĂŁo que me negastes,
merecido por fé, há tantos anos.A mágoa choro só, só choro os danos
de ver por quem, Senhora, me trocastes;
mas em tal caso vĂłs sĂł me vingastes
de vossa ingratidão, vossos enganos.Dobrada glória dá qualquer vingança,
que o ofendido toma do culpado,
quando se satisfaz com cousa justa;mas eu de vossos males e esquivança,
de que agora me vejo bem vingado,
nĂŁo o quisera eu tanto Ă vossa custa.
Não sei que moda anda agora de se não considerar o choro como a mais eloquente expressão do pesar! Eu por mim, é dos sinais em que deposito mais fé.
A boa fé nos salve.
Quando, Senhora, Quis Amor Que Amasse
Quando, Senhora, quis Amor que amasse
essa grã perfeição e gentileza,
logo deu por sentença que a crueza
em vosso peito amor acrescentasse.Determinou que nada me apartasse,
nem desfavor cruel, nem aspereza;
mas que em minha rarĂssima firmeza
vossa isenção cruel se executasse.E, pois tendes aqui oferecida e
sta alma vossa a vosso sacrifĂcio,
acabai de fartar vossa vontade.NĂŁo lhe alargueis, Senhora, mais a vida;
acabará morrendo em seu oficio,
sua fé defendendo e lealdade.
A fé é ignorar tudo aquilo que é verdade.
Não tenho fé, mas quisera tê-la. Considero a fé o bem mais precioso deste mundo.
Quem nĂŁo sabe introduzir a sua vontade nas coisas, introduz nelas pelo menos um «sentido»: quer dizer, acredita que existe já ali dentro uma vontade (princĂpio da «fé»).
A fé é a força da vida. Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa.
Lágrimas de Cera
Passou; viu a porta aberta.
Entrou; queria rezar.
A vela ardia no altar.
A igreja estava deserta.Ajoelhou-se defronte
Para fazer a oração;
Curvou a pálida fronte
E pĂ´s os olhos no chĂŁo.Vinha trĂŞmula e sentida.
Cometera um erro. A Cruz
É a âncora da vida,
A esperança, a força, a luz.Que rezou? Não sei. Benzeu-se
Rapidamente. Ajustou
O véu de rendas. Ergueu-se
E Ă pia se encaminhou.Da vela benta que ardera,
Como tranqĂĽilo fanal,
Umas lágrimas de cera
CaĂam no castiçal.Ela porĂ©m nĂŁo vertia
Uma lágrima sequer.
Tinha a fé, — a chama a arder, —
Chorar Ă© que nĂŁo podia.