Afectamos desprezar os bens que não podemos conseguir.
Recentes
O casamento deve ser uma educação mútua e infinita.
O Universo não julga: conspira a favor do que desejamos.
Não olhe para os outros, olhe para si próprio. E deixe transparecer o que tem dentro de si, seja qual for o risco. Não há maior risco do que a repressão.
Não gosto nada do campo; é uma espécie de sepultura saudável.
A tolerância é a filha da dúvida.
Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho, eu quero é ter tentação no caminho, pois o homem é o exercício que faz.
Os investimentos em conhecimento geram os melhores dividendos.
É isto o que significa aprender. De repente percebes algo que já tinhas percebido toda a tua vida, mas numa nova forma.
Há bocas sorridentes que gritam para dentro da alma o uivo dos chacais nos matagais desertos.
A amizade é um navio suficientemente grande para levar duas pessoas com tempo bom, mas apenas uma com tempo mau.
Um homem tem sempre duas razões para as coisas que ele faz: a boa e a real.
Males de Anto
A Ares n’uma aldeia
Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha!
Nem mesmo sei dizer que doença era a minha,
Porque eram todas, eu sei lá! desde o odio ao tedio.
Molestias d’alma para as quaes não ha remedio.
Nada compunha! Nada, nada. Que tormento!
Dir-se-ia accaso que perdera o meu talento:
No entanto, ás vezes, os meus nervos gastos, velhos,
Convulsionavam-nos relampagos vermelhos,
Que eram, bem o sentia, instantes de Camões!
Sei de cór e salteado as minhas afflicções:
Quiz partir, professar n’um convento de Italia,
Ir pelo Mundo, com os pés n’uma sandalia…
Comia terra, embebedava-me com luz!
Extasis, spasmos da Thereza de Jezus!
Contei n’aquelle dia um cento de desgraças.
Andava, á noite, só, bebia a noite ás taças.
O meu cavaco era o dos mortos, o das loizas.
Odiava os homens ainda mais, odiava as Coizas.
Nojo de tudo, horror! Trazia sempre luvas
(Na aldeia, sim!) para pegar n’um cacho d’uvas,
Ou n’uma flor. Por cauza d’essas mãos… Perdoae-me,
Aldeões! eu sei que vós sois puros. Desculpae-me.Mas, atravez da minha dor,
Pequei, Senhor; Mas Não Porque Hei Pecado
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história:Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
A más fadas, más bragas (brasas).
O eterno mistério do céu estrelado e as maravilhas da mecânica celeste são lei mas não evangelho. A misericórdia cresce nas fundações da vida.
Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdoo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre.
Um homem que nunca muda de opinião, em vez de demonstrar a qualidade da sua opinião demonstra a pouca qualidade da sua mente.
Regato tranquilo: uma libélula chega e mergulha os pés.
Através dos passos alternados de perda e ganho, silêncio e atividade, nascimento e morte, eu trilho o caminho da imortalidade.