O futuro é feito da mesma substância do presente.
Passagens sobre Presente
617 resultadosNão basta ser santo: é necessária a santidade que o momento presente exige, uma santidade nova, também ela sem precedentes… O mundo precisa de Santos que tenham genialidade, como uma cidade onde grassa a peste tem necessidade de médicos.
São poucos os que vivem o presente; a maioria aguarda para viver mais tarde.
Beleza, presente de um dia que o Céu nos oferece.
Portugueses, unam-se pela Pátria: sejamos fortes e mostremos ao mundo e àqueles que nos seguem atentamente com cobiça, que Portugal há-de renascer ainda, numa era de grandeza e prosperidade. Pensemos no País, sem outras ideias do que a que devemos ter sempre presente: Nascemos Portugueses, queremos reviver as glórias passadas, queremos levantar bem alto o nome de Portugal, queremos viver e morrer Portugueses!
A Hipocrisia do Amor-Próprio
A natureza do amor-próprio e deste eu humano é de só se amar a si e de só se considerar a si. Mas que há-de fazer? Não saberia impedir que este objecto que ama esteja cheio de defeitos e de misérias: quer ser grande e vê-se pequeno; quer ser feliz e vê-se miserável; quer ser perfeito – vê-se cheio de imperfeições; quer ser objecto do amor e da estima dos homens e vê que os seus defeitos só merecem a sua aversão e o seu desprezo. Este embaraço em que se encontra produz nele a mais injusta e a mais criminosa paixão que é possível imaginar; porque concebe um ódio mortal contra esta verdade que o repreende, e que o convence dos seus defeitos. Ele desejaria aniquilá-la, e não a podendo destruir em si mesma, destrói-a, tanto quanto pode, no seu conhecimento e no dos outros, isto é, põe todos os cuidados em encobrir os seus defeitos, aos outros e a si mesmo, e não suporta que lhos façam ver, nem que lhos vejam.
É sem dúvida um mal estar cheio de defeitos; mas é ainda um mal muito maior estar cheio e não os querer reconhecer, visto que é acrescentar-lhe ainda o de uma ilusão voluntária.
O Verdadeiro Rosto da História
O verdadeiro rosto da história afasta-se veloz. Só podemos reter o passado como uma imagem que no instante em que se deixa reconhecer lança um clarão que não voltará a ver-se. «A verdade não nos escapará» – esta palavra de Gottfried Keller caracteriza com exactidão, na concepção da história que têm os historicistas, o ponto em que o materialismo histórico realiza o seu avanço através dessa imagem. Irrecuperável é, com efeito, toda a imagem do passado que corre o risco de desaparecer com cada instante presente que nela não se reconheceu. (A feliz notícia trazida pelo ofegante historiógrafo do passado sai de uma boca que, talvez no próprio instante em que se abre, fala já no vazio.)
A Ira é uma Loucura Breve
Alguns sábios afirmaram que a ira é uma loucura breve; por não se controlar a si mesma, perde a compostura, esquece as suas obrigações, persegue os seus intentos de forma obstinada e ansiosa, recusa os conselhos da razão, inquieta-se por causas vãs, incapaz de discernir o que é justo e verdadeiro, semelhante às ruínas que se abatem sobre quem as derruba. Mas, para que percebas que estão loucos aqueles que estão possuídos pela ira, observa o seu aspecto; na verdade, são claros indícios de loucura a expressão ardente e ameaçadora, a fronte sombria, o semblante feroz, o passo apressado, as mãos trementes, a mudança de cor, a respiração forte e acelerada, indícios que estão também presentes nos homens irados: os olhos incendiam-se e fulminam, a cara cobre-se totalmente de um rubor, por causa do sangue que a ela aflui do coração, os lábios tremem, os dentes comprimem-se, os cabelos arrepiam-se e eriçam-se, a respiração é ofegante e ruidosa, as articulações retorcem-se e estalam, entre suspiros e gemidos, irrompem frases praticamente incompreensíveis, as mãos entrechocam-se constantemente, os pés batem no chão e todo o corpo se agita ameaçador, a face fica inchada e deformada, horrenda e assutadora. Ficas sem saber se o que há de pior neste vício é ele ser detestável ou tão disforme.
No Corpo
De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos aresO sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.A poesia é o presente.
O presente é o fio de uma espada, o passado e o futuro um sonho entre um nada e outro nada.
Não Transformes o Teu Amigo em Escravo
A decepção não passa de baixeza. Se tu amaste um certo não sei quê no homem, que importa haver no mesmo homem outra coisa que te desagrada? Mas tu, não senhor; transformas logo a seguir em escravo quem amas ou quem te ama. Se ele não assume os encargos dessa escravidão, condena-lo.
O outro que fez? Tinha um amigo que lhe fazia presente do seu amor. Vai ele e transforma esse presente em dever. E a dádiva do amor tornou-se dever de beber a cicuta, tornou-se escravatura. O amigo não gostava da cicuta. O outro deu-se por desiludido, o que é ignóbil. Efectivamente, só pode haver decepção relativamente a um escravo que serviu mal.
A gratidão confia no passado e o amor no presente.
A Tua Importância na Tua Vida
É fundamental reconheceres a tua importância na tua vida. Por algum motivo nasceste, aprendeste a respirar e tiveste direito a um nome, nome esse que, em conjunto com as tuas características, te identificará eternamente como um ser individual, único e livre. Haverá algo mais especial e precioso que isso? Estou em crer que não; ainda assim, encontro muitas pessoas a quererem ser outras e outras ainda a querer acabar com elas próprias na esperança de, imediatamente, poderem vir a ser outro alguém. É o teu caso? Se for deve ser uma chatice, mas, também, se não te dás qualquer importância, que importância te darei eu? Já calculaste o perigo em que incorres por pensar desta maneira? Em menos de nada, estarás sozinho ou rodeado de gente como tu, ausente e que meteu férias no inferno para sempre. Bom, mas alegrem-se os corações porque acredito que não lerias estas linhas iniciais se nada estivesse a borbulhar aí dentro, se não existisse, pelo menos, uma fugaz esperança e uma enorme vontade de mudar. Está atento, o passado só influencia o presente se mantiveres o mesmo comportamento, por isso liberta-te dessa dor por uns instantes e lê em voz alta a próxima frase tantas vezes quantas achares necessário.
Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado.
África vive numa situação quase única: as gerações vivas são contemporâneas da construção dos alicerces das nações. O que é o mesmo que dizer os alicerces das suas próprias identidades. É como se tudo se passasse no presente, como se todas as nações se entrecruzassem no mesmo texto. Cada nação é assunto de todos, uma inadiável urgência a que ninguém se pode alhear. Todos são cúmplices dessa infância, todos deixam marcas num retrato que está em gestação.
Um Povo Errado
Uma volta que teve por polos Mafra e o Estoril. Um passeio à roda da nossa história e do nosso mundo do capital. Mais uma tentativa para compreender como foi possível no passado português construir um convento daqueles, e é possível construir no presente português um paraíso destes. Decididamente, fomos, somos e seremos um povo errado. Um povo que não encontra nem o seu destino, nem os seus homens. E lá estava, depois do estendal de mármore e do morro de luxo, a prová-lo, o singelo monumento erguido no sítio onde foram lançadas as cinzas de Gomes Freire enforcado.
Você pode mudar o seu futuro trazendo o passado para o presente. Passado e futuro existem apenas em nossa memória.
A história é émula do tempo, repositório dos factos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.
O bom historiador escreve do passado, criticando o presente e projectando o futuro. Toda a história que vale é do futuro.
Cada vez que sofremos, somos levados a acreditar que a dor presente é a dor maior.