O Homem Deformado pela Sociedade
Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices. O homem — não o homem que Deus fez, mas o homem que a sociedade tem contrafeito, apertando e forçando em seus moldes de ferro aquela pasta de limo que no paraíso terreal se afeiçoara à imagem da divindade — o homem assim aleijado como nós o conhecemos, é o animal mais absurdo, o mais disparatado e incongruente que habita na terra.
Rei nascido de todo o criado, perdeu a realeza: príncipe deserdado e proscrito, hoje vaga foragido no meio de seus antigos estados, altivo ainda e soberbo com as recordações do passado, baixo, vil e miserável pela desgraça do presente.
Destas duas tão apostas actuações constantes, que já per si sós o tornariam ridículo, formou a sociedade, em sua vã sabedoria, um sistema quimérico, desarrazoado e impossível, complicado de regras a qual mais desvairada, encontrado de repugnâncias a qual mais aposta. E vazado este perfeito modelo de sua arte pretensiosa, meteu dentro dele o homem, desfigurou-o, contorceu-o, fê-lo o tal ente absurdo e disparatado, doente, fraco, raquítico; colocou-o no meio do Éden fantástico de sua criação — verdadeiro inferno de tolices — e disse-lhe,
Textos sobre Bem
885 resultadosSaber Falar e Calar
É grande miséria não ter bastante inteligência para falar bem, nem bastante juízo para se calar. Eis o princípio de toda a impertinência. Dizer de uma coisa, modestamente, que é boa ou que é má, e as razões por que assim é, requer bom senso e expressão; é um problema. É mais cómodo pronunciar, em tom decisivo, não importa se prova aquilo que afirma, que ela é execrável ou que é miraculosa.
O Nosso Livro
Deixa-me dizer-te, meu caro, pode bem acontecer que vás através da vida sem saber que debaixo do teu nariz existe um livro no qual a tua vida é descrita em todo o detalhe. Aquilo do qual nunca te deste conta antes, vais relembrando aos poucos, assim que comeces a ler esse livro, e encontras e descobres… alguns livros tu lês e lês e não lhe consegues encontrar qualquer sentido ou lógica, por mais que tentes. São tão “espertos” que não consegues perceber uma palavra daquilo que dizem…
A Felicidade na Perseverança
Meu bem-amado Lucílio, conjuro-te a tomar o único partido que pode garantir a felicidade. Dispersa e pisoteia os esplendores de fora, as suas promessas, os seus lucros; volta o olhar para o vero bem; sê feliz mercê do teu próprio cabedal. Qual é esse cabedal? Tu mesmo, e a melhor parte de ti. Este pobre corpo esforça-se por ser nosso colaborador indispensável; considera-o antes um objecto necessário do que importante. Ele procura os prazeres vãos, breves, seguidos de descontentamento e destinados, se uma grande moderação não os tempera, a passarem para o estado oposto. Sim, sim, o prazer está à beira de um declive: inclina-se para o sofrimento quando deixa de observar o justo limite. Ora, observar tal limite é difícil em relação àquilo que se acreditou fosse um bem. O ávido desejo do verdadeiro bem não oferece risco algum.
Em que consiste o verdadeiro bem – quereis saber – e qual é a fonte de onde emana?Eu to direi: é a boa consciência, as intenções virtuosas, as rectas acções, o desprezo pelos eventos fortuitos, o desenvolvimento tranquilo e regular de uma existência que anda por um só caminho. Quanto a esses homens que vão de desejo em desejo,
Começo e Fim
Não basta começar bem, não adianta mediar bem; de pouco servem bons começos e melhores meios, se os fins não se mostram bem sucedidos.
(…) Uma vez começadas, as coisas não devem ser esquecidas nem deixadas antes de ser acabadas, pois é sinal de pouca prudência começar muitos actos e não acabar nenhum.
O Acto de Produzir Levado ao Limite
Ao longo da vida, acontece muitas vezes que, em meio das nossas maiores certezas, notamos subitamente que estamos a ser vítimas de um erro e que fomos cativados por pessoas ou por coisas com as quais sonhámos uma relação que não resiste ao olhar atento da vigília. E acontece também que, apesar de tudo, não somos capazes de nos desprender, como se fôssemos retidos por uma força que nos parece inexplicável. Mas por vezes atingimos uma consciência plena destas situações e compreendemos que, tanto quanto uma verdade, um erro pode motivar-nos e conduzir-nos a uma certa actividade.
E, como a acção comporta sempre decisões, um erro posto em acção pode muito bem dar origem a qualquer coisa de bom, se a eficácia desse fazer se estender até ao infinito. O acto de produzir é sem dúvida o que temos de melhor, mas do que fica dito compreende-se que também o acto de destruir não deixa de ter consequências benéficas.
Como Escrever
Minhas intuições se tornam mais claras ao esforço de transpô-las em palavras. É neste sentido, pois, que escrever me é uma necessidade. De um lado, porque escrever é um modo de não mentir o sentimento (a transfiguração involuntária da imaginação é apenas um modo de chegar); de outro lado, escrevo pela incapacidade de entender, sem ser através do processo de escrever. Se tomo um ar hermético, é que não só o principal é não mentir o sentimento como porque tenho incapacidade de transpô-lo de um modo claro sem que o minta — mentir o pensamento seria tirar a única alegria de escrever. Assim, tantas vezes tomo um ar involuntariamente hermético, o que acho bem chato nos outros. Depois da coisa escrita, eu poderia friamente torná-la mais clara? Mas é que sou obstinada. E por outro lado, respeito uma certa clareza peculiar ao mistério natural, não substituível por clareza outra nenhuma. E também porque acredito que a coisa se esclarece sozinha com o tempo: assim como num copo de água, uma vez depositado no fundo o que quer que seja, a água fica clara. Se jamais a água ficar limpa, pior para mim. Aceito o risco. Aceitei risco bem maior, como todo o mundo que vive.
Viver no Escuro ou na Sombra
O objecto que amamos parece-nos mais belo do que é, por isso vemos com frequência mulheres feias e mal-feitas serem adoradas e desfrutarem de grandes honras (Lucrécio), e mais feio aquele pelo qual temos aversão. Para um homem contrariado e aflito a claridade do dia parece escurecida e tenebrosa. Os nossos sentidos são não apenas alterados mas amiúde totalmente embrutecidos pelas paixões da alma. Quantas coisas vemos, que não perceberemos se tivermos o nosso espírito ocupado alhures? Mesmo com coisas bem visíveis, reconhecerás que, se não lhes aplicares o espírito, é como se desde sempre elas estivessem ausentes ou muito distantes (Lucrécio). Parece que a alma traz para o interior e transvia os poderes dos sentidos. Dessa maneira, tanto o interior como o exterior do homem são cheios de fraqueza e de mentira.
Os que compararam a nossa vida com um sonho tiveram razão, talvez, mais do que pensavam. Quando sonhamos, a nossa alma vive, age, exerce todas as suas faculdades, nem mais nem menos do que quando está em vigília; porém de modo mais frouxo e obscuro, decerto não tanto que a diferença seja como da noite para uma viva claridade, mas sim como da noite para a sombra: lá ela dorme,
Um Mundo Melhor
Tal como existem muitas formas de vida, também existem inúmeras formas de viver. A minha predileta e aquela onde, por incrível que pareça, assento a minha paz, contém o ingrediente que mais potencia as emoções, o risco. O risco é a graça da vida, é aventura, é o desconhecido, é a busca e a mais valiosa oportunidade para cresceres e te desenvolveres como ser consciente.
Quando foi a última vez que arriscaste?
O que é que sentiste?
Percebeste que, correndo bem ou mal, o risco é a viagem e nunca o resultado?
Continuaste a arriscar nessa ou noutras áreas da tua vida?
O risco está associado à ação, à coragem, ao prazer, à paixão pela vida, à entrega no «Agora» e implica o abandono do sofá, da rotina doentia em que escolheste movimentar-te e dos padrões em que cresceste.Chamam-me louco, eu respondo-lhes que vivem pouco. Sou um homem feliz, ainda que, como qualquer ser humano, viva com alguns preconceitos espontâneos, medos súbitos e frustrações pontuais. Sou, também, alguém com experiência em ajudar pessoas… humm, ajudar, não! Dirigir soa melhor e é, igualmente, mais real. Promovo-lhes, através da minha experiência em coaching,
Controlar o Desejo de Posse
É difícil, senão impossível, determinar os limites dos nossos desejos razoáveis em relação à posse. Pois o contentamento de cada pessoa, a esse respeito, não repousa numa quantidade absoluta, mas meramente relativa, a saber, na relação entre as suas pretensões e a sua posse. Por isso, esta última, considerada nela mesma, é tão vazia de sentido quanto o numerador de uma fração sem denominador. Um homem que nunca alimentou a aspiração a certos bens, não sente de modo algum a sua falta e está completamente satisfeito sem eles; enquanto um outro, que possui cem vezes mais do que o primeiro, sente-se infeliz, porque lhe falta uma só coisa à qual aspira.
A esse respeito, cada um tem um horizonte próprio daquilo que pode alcançar, e as suas pretensões vão até onde vai esse horizonte. Quando algum objecto se apresenta a ele nos limites desse horizonte, de modo que possa ter confiança em alcançá-lo, sente-se feliz; pelo contrário, sente-se infeliz quando dificuldades advindas o privam de semelhante perspectiva. Aquilo que reside além desse horizonte não faz efeito sobre ele. Eis por que as grandes posses do rico não inquietam o pobre, e, por outro lado, o muito que já possui,
O Mundo Real não Existe para o Homem Prático
Há duas maneiras de olhar as coisas, como há duas maneiras de as não olhar. Ou se olham pondo-nos de fora delas ou pondo-nos dentro delas. Só no segundo caso as vemos bem, porque só então nos vemos mal ou simplesmente nos perdemos a nós de vista. O primeiro ver é o do homem prático, o segundo, o do artista. Um e outro também divergem no modo de não ver as coisas. O primeiro porque simplesmente as não vê; o segundo porque não repara nelas. Ao contrário do que se supõe, o mundo real não existe para o homem prático: o que existe é a sua instrumentalização. Uma flor só lhe existe se a puser na lapela ou mesmo num jarro; como um pássaro só lhe é real se o tiver numa gaiola ou o comer frito.
O Juízo Final
Chegou o miserável milionário no céu e, impacientemente, esperou a sua vez de ser julgado. Introduziram-no numa sala, noutra sala, noutra sala, até que se viu frente a uma luz ofuscante, na qual pouco a pouco foi dintinguindo a figura santa do pai dos Homens. Em voz tonitroante este, tendo à direita, Pedro, e, à esquerda, uma figura que ele não conhecia, julgou sumariamente dois outros pecadores que estavam à sua frente. E, afinal, dirigiu-se a ele:
– Que fez você de bom na sua vida ?
– Bem, eu nasci, cresci, amei, casei, tive filhos, vivi.
– Ora – disse o Senhor – isso são actos sociais e biológicos a que você estava destinado. Quero saber que bondade específica e determinada você teve para com o seu semelhante.
– Bem – disse o milionário – eu criei indústrias, comprei fazendas, dei emprego a muita gente, melhorei as condições sociais de muita gente.
– Não, isso não serve – disse o Todo-Poderoso – essas acções estavam implícitas ao acto de você enriquecer. Você as praticou porque precisava viver melhor. Não foram intrinsecamente boas acções, desprendidas, não servem.
O milionário escarafunchou o cérebro e não encontrou nada.
Receita para o Sucesso e Boa Fama
Nunca te lances em várias empresas ao mesmo tempo: não serás admirado por te dispersares. Mais vale ser bem sucedido numa única, mas brilhante. Falo por experiência.
No início da tua carreira, não te poupes nem a longas horas de reflexão nem aos mais rudes esforços. Também não tomes iniciativas, se não tiveres a certeza de ter bom êxito. Tão brilhante quando te estreias como em qualquer outra coisa: uma vez conquistada a fama, mesmo os teus erros serão títulos de glória.
Quando estiveres assoberbado por um assunto que te compete, recusa completamente tudo o que possa distrair a tua atenção. De facto, se se perceber que faltaste – ainda que minimamente – aos deveres do teu cargo, imediatamente isso te será apontado. E, não obstante tudo o mais que possas ter feito, não obstante o fardo das preocupações que te oprimiam, a tua falha será imputada a essa tarefa suplementar.
Quando te lanças numa empresa, nunca te associes a uma pessoa mais competente ou mais experiente que tu. De igual modo, quando visitas alguém, não te faças acompanhar por um terceiro que tenha melhores relações com o anfitrião que tu.
Se tiveres de deixar um cargo,
Culpabilidade
O estado de pecado no homem não é um facto, senão apenas a interpretação de um facto, a saber: de um mal-estar fisiológico, considerado sob o ponto de vista moral e religioso. O sentir-se alguém «culpado» e «pecador», não prova que na realidade o esteja, como sentir-se alguém bem não prova que na realidade esteja bem. Recordem-se os famosos processos de bruxaria; naquela época os juízes mais humanos acreditavam que havia culpabilidade; as bruxas também acreditavam; contudo, a culpabilidade não existia.
A Embriaguez dos Progressos Técnicos
Parece-me que confundem fim e meio os que se assustam em demasia com os nossos progressos técnicos. Quem luta com a única esperança de recolher bens materiais, efectivamente não recolhe nada que valha a pena viver. A máquina não é um fim, é uma ferramenta como a charrua. Se acreditamos que a máquina destrói o homem, é que talvez careçamos de algum recuo para julgarmos os efeitos de transformações tão rápidas como as que sofremos.
Aprende a Ser como os Outros
Não precisamos de ler, estudar ou conhecer ninguém, quando produzimos nós próprios. Pois não basta que produzamos nós próprios? E gostemos de nós próprios? Que nos pode dar o espírito alheio, quando sobre o próprio nosso desceu em línguas de fogo a sabedoria de tudo? Melhor: A verdade é que nem precisamos nós próprios de produzir (toda a produção é uma limitação), ou mal precisamos de produzir, para usufruirmos as vantagens do criador e produtor. (…) Aprende a contar uma anedota; duas anedotas; três anedotas; quatro anedotas… uma anedota diverte muita gente; quatro anedotas divertem muito mais… aprende a polvilhar de blague todas essas ideias sérias, pesadas, profundas, obscuras, – ao cabo simplesmente maçadoras – com que pretendes sufocar (…); aprende a cultivar aquele subtil espírito de futilidade que ligeiramente embriaga como um champanhe, e a toda a gente agrada, lisonjeia todos, por a todos nos dar a reconfortante impressão de pertencermos ao mesmo meio… estarmos ao mesmo nível; não queiras ser nem sobretudo sejas mais inteligente ou mais sensível, mais honesto ou mais sincero, mais trabalhador ou mais culto, mais profundo ou mais agudo… numa palavra: superior. Sim, homem! aprende a ser como os outros, dizendo bem ou mal de tudo e todos –
O Desejo do Homem é Contrário à Sua Unidade
Houve tempo em que o homem inventou o amor cortês para não perder a intimidade das mulheres. Elas estavam a ser atraídas pela formidável influência da Igreja que as recebia permitindo-lhes uma personalidade estável. As mulheres amam essa personalidade estável que Freud soube preservar nas suas relações com Marta, a mulher de toda a sua vida. Ler a correspondência de Freud com Marta é muito salutar neste mundo a abarrotar de esgotamentos nervosos e falsas ou reais confidências. Um dos seus clientes (Schonberg) causava-lhe grande preocupação. Um dia, a cunhada, vendo o doente cumprimentar uma senhora, disse: «O facto de ele ser outra vez bem educado com as mulheres é também um índice de melhoria». Freud não deixa de referir isto, que corresponde a uma personalidade venerável. As mulheres acham que é sinal de normalidade serem tratadas com cortesia. O desejo não lhes diz nada, comparado com uma palavra doce e conveniente. Isto não é uma síntese do comportamento dos homens e das mulheres. Mas sim uma certeza – o que não proíbe toda a espécie de averbamentos necessários à verdade.
Nietzsche, imoralista por definição, disse que não há nada mais contrário ao gosto do que o homem que deseja.
A Doutrina Perfeita
Muitas vezes as pessoas dirigem-se a mim, dizendo: «você, que é independente». Não sou assim; continuamente devo ceder a pequenas fórmulas sofisticadas que corrompem, que dão um sentido inverso à nossa orientação, que fazem com que a transparência do coração se turve. Continuamente a nossa insegurança, o egoísmo, o espírito legalista, a mesquinhez, a vaidade, toda a espécie de circunstâncias que tomam o partido da vida como desfrute à sensação se sobrepõem à luz interior. Só a fé é independente. Só ela está para além do bem e do mal.
Estar para além do bem e do mal aplica-se a Cristo. «Perdoa ao teu inimigo, oferece a outra face» – disse Ele. Não é um conselho para humilhados, não é um preceito para mártires. Nisso aparece Cristo mal interpretado, a ponto de o cristianismo ter sido considerado uma religião de escravos. Mas esquecemos que Cristo, como Homem, teve a experiência-limite, uma visão do inconsciente absoluto, o que quer dizer que a sua consciência foi saturada, para além do bem e do mal. Esse homem que perdoa ao seu inimigo não o faz por contrariedade do seu instinto, por reparação dos seus pecados; mas porque não pode proceder de outra maneira.
Ultrapassar o Medo
As pessoas vivem com medo. Tu tens medo. Todos temos. Uns mais outros menos, uns de uma forma consciente outros de uma forma inconsciente, uns enfrentam-no outros morrem nas suas mãos. O medo, e repito o que já escrevi no “Arrisca-te a Viver”, é a única emoção que não gera ação. Se entrares em pânico foges, se sentires raiva bates ou gritas, se tiveres medo encolhes-te. O medo algema-te, tolda-te as possibilidades e faz de ti seu prisioneiro.
Porque é que achas que o mundo, o país e a tua própria vida se encontram no estado em que estão? Medo. Muito medo. E nesta matéria, permite-me ser assertivo, se tens medo seja do que for de nada te adianta comprar um cão, sabes porquê? Porque vais educá-lo baseado no medo, logo, vais estragar mais uma vida. Não te chegava a tua? Pobre do animal, merecia melhor sorte. Ora bem, uma educação alicerçada no medo fará com que ele viva no próprio medo e tu com medo que ele te desobedeça. É uma desgraça. Serás incapaz de amá-lo, assim como és incapaz de amar seja quem for, muito menos a ti. E se me disseres que não estás de acordo com o que acabei de escrever,
O Saber Esmaga a Fé
A fé e o saber não se dão bem dentro da mesma cabeça: são como o lobo e o cordeiro dentro de uma jaula; e o saber é justamente o lobo, que ameaça devorar o seu vizinho.
O saber é feito de uma matéria mais dura do que a fé, de modo que, quando colidem, a última se quebra.