Frases sobre Janelas

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Frases de janelas escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Quando nos vestimos na praia, Marie olhava-me com olhos brilhantes. Beijei-a. A partir desse momento, não falamos mais. Apertei-a contra mim, e tivemos pressa de encontrar um ônibus, de voltar, de ir para a minha casa e de nos atirarmos na minha cama. Tinha deixado a janela aberta, e era bom sentir a noite de verão escorrer por nossos corpos bronzeados.

E da janela do quarto, vendo uma vida de estrelas passarem por seus olhos, algo lhe dizia: – Tá vendo aquele mundo lá fora? É seu, vai pegar.

Mas, que luz é essa que ali aparece, naquela janela? A janela é o oriente, e Julieta o sol. Sobe, belo astro, sobe e mata de inveja a pálida lua.

Um livro e como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.

Às vezes ocorria-lhe aquele poema de Pessoa em que um homem se punha à janela da sua meninice apenas para descobrir que nem ele era já o mesmo homem, nem a janela a mesma janela. A infância, dizia a si próprio, havia-se tornado um bem de demasiado valor. Não podia dar-se ao luxo de concluir que também ela era mentira.

Se o desejo escraviza o pensamento, a verdade foge de imediato pela janela mais próxima. Quando as pessoas abandonam sua natureza essencial pra seguir seus desejos, suas ações nunca são corretas…

Tudo é fantasia, a família, o escritório, os amigos, a rua, tudo fantasia, mais longe ou mais perto, a mulher; mas a verdade que está mais perto é só esta, é bater com a cabeça na parede de uma cela sem janelas e sem portas.

Uma das trágicas coisas que eu percebo na natureza humana é que todos nós tendemos a adiar o viver. Estamos todos sonhando com um mágico jardim de rosas no horizonte, ao invés de desfrutar das rosas que estão florescendo do lado de fora de nossas janelas hoje.

Nós todos somos turistas, algum dia. Mesmo o mais pobrezinho um dia toma um ônibus e vai para o interior, visitar uma avó; […] Quem é que não precisa de contato com a natureza, um banho de cachoeira, um castelo na areia, uma caminhada nas matas, olhar as vaquinhas no pasto, sentir o vento debaixo de um coqueiral, tomar uma cervejinha com os pés nas águas frias do maceió? […] Quebrar a rotina, ver novas paisagens, novos comportamentos, esquecer os problemas, as regras, o frio, a neve, a parede da própria casa, a janela que dá para outra janela, o cimento diante de cimento…

Tenho medo que os meus filhos nunca cheguem a entender aquilo que lhes conto quando ficamos em silêncio, quando o tempo passa e estamos juntos, no mesmo lugar, eu a conduzir em viagens longas com horizonte e eles, ao meu lado, a olharem pela janela, ou quando é fim da tarde, também com horizonte, em silêncio.

Viajar, num sentido profundo, é morrer. É deixar de ser manjerico à janela do seu quarto e desfazer-se em espanto, em desilusão, em saudade, em cansaço, em movimento, pelo mundo além.

Esta expressão «Leitura», há cem anos, sugeria logo a imagem de uma livraria silenciosa, com bustos de Platão e de Séneca, uma ampla poltrona almofadada, uma janela aberta sobre os aromas de um jardim: e neste retiro austero de paz estudiosa, um homem fino, erudito, saboreando linha a linha o seu livro, num recolhimento quase amoroso. A ideia da leitura, hoje, lembra apenas uma turba folheando páginas à pressa, no rumor de uma praça.

Sou um homem que um dia, ao abrir a janela, descobriu esta coisa importantíssima: que a natureza existe. Verifiquei que as árvores, os rios, as pedras são coisas que verdadeiramente existem. Nunca ninguém tinha pensado nisto. Não pretendo ser mais que o maior poeta do mundo. Fiz a maior descoberta que nenhum antes fez e ao pé da qual todas as outras descobertas são entretimentos de crianças estúpidas. Dei pelo universo. Os gregos, com toda a sua nitidez visual, não fizeram tanto.