Passagens sobre Relação

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Frases sobre relação, poemas sobre relação e outras passagens sobre relação para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

A Adulação na Amizade

Pois que é próprio da verdadeira amizade dar e receber conselhos, dá-los com franqueza e sem azedume, recebê-los com paciência e sem repugnância, persuadamo-nos bem de que não ha defeito maior na amizade que a lisonja, a adulação, as baixas complacências. Com efeito, não se poderia dar bastantes nomes ao vício desses homens frívolos e enganadores, que falam sempre para agradar, e jamais para dizer a verdade.
A dissimulação é funesta em todas as coisas (pois corrompe e altera em nós o sentimento da verdade) mas é, sobretudo, contrária à amizade. Destrói a sinceridade, sem a qual não subsiste mesmo o próprio nome da amizade. Se a força da amizade consiste em fazer de várias almas uma só, como seria assim, se em cada homem a alma não é a mesma, não é constante, mas variável, mutável, tomando mil formas? De facto, que há de mais mutável, de mais versátil que a alma daquele que se transforma não apenas segundo o sentimento e a vontade dum outro, mas a um pequeno sinal deste, a um mínimo gesto seu? «Ele diz não? Eu digo não; ele diz sim? eu digo sim: numa palavra, eu me impus a obrigação de tudo aplaudir»,

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Saber Avaliar a Novidade

A ideia de que somente é belo o que é novo e jovem envenena as nossas relações com o passado e com o nosso próprio futuro. Impede-nos de compreender as nossas raízes e as maiores obras da nossa cultura e das outras culturas. Faz-nos também recear o que está à nossa frente e leva muita gente a fugir à realidade.

Na política internacional, infelizmente, como diziam Rousseau e Kant, as relações ainda permanecem no estado de natureza – é a força que as rege.

As Mulheres São Admiravelmente Complexas

Os homens inteligentes sabem que as mulheres são admiravelmente complexas, um mundo a ser explorado, um tesouro a ser descoberto. Elas são tão fascinantes que no dia em que eles acharem que conhecem uma mente feminina, deveriam saber que erraram o diagnóstico.

Os homens inteligentes têm consciência de que o mais calmo ser humano tem os seus momentos de stresse, o mais ponderado tem reações incoerentes, o mais generoso tem os seus momentos de egoísmo e, portanto, deveriam saber que quem não reconhece os seus erros nem pede desculpas, especialmente ã mulher que ama e aos seus filhos, jamais alcançará a maturidade psíquica ou construirá relações saudáveis.

Religião seria assim a neurose obsessiva universal da humanidade, tal como a neurose obsessiva das crianças, que decorre do Complexo de Édipo, na relação com o pai.

Felicidade Interiorizada

«Pergunta-me onde, neste mundo, se pode encontrar a felicidade?» Depois de numerosas experiências, convenci-me que ela reside apenas na satisfação em relação a nós próprios. As paixões não nos conseguem comunicar esse contentamento; desejamos sempre o impossível – o que obtemos nunca nos satisfaz. Penso que as pessoas dotadas de uma sólida virtude devem possuir uma grande porção dessa satisfação, que me parece imprescindível para a felicidade; eu, no entanto, como não me sinto suficientemente seguro para me satisfazer comigo próprio, dessa forma, procuro apoiar-me na verdadeira satisfação que comunica o trabalho.
Este, comunica-nos um bem real e aumenta a nossa indiferença em relação aos prazeres que são só de nome e com os quais as pessoas de sociedade se têm de contentar. Eis, minha querida amiga, a minha modesta filosofia – a qual, sobretudo quando me encontro bem de saúde, é de efeito seguro. Isto, contudo, não nos deve afastar das pequenas distracções que nos podem ocupar de vez em quando: um pequeno caso sentimental, de circunstância, a visita a um belo país ou as viagens, de modo geral, podem deixar na nossa memória encantadores traços. Recordamo-nos mais tarde de todas estas emoções, quando nos encontramos longe ou não conseguimos encontrar outras,

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A Racionalidade como Solução de Todos os Males do Mundo

A racionalidade pode ser definida como o hábito de considerar todos os nossos desejos relevantes, e não apenas aquele que sucede ser o mais forte no momento. (…) A racionalidade completa é, sem dúvida, ideal inatingível; porém, enquanto continuarmos a classificar alguns homens como lunáticos, é claro que achamos uns mais racionais que outros. Acredito que todo o progresso sólido no mundo consiste de um aumento de racionalidade, tanto prática como teórica. Pregar uma moralidade altruística parece-me um tanto inútil, porque só falará aos que já têm desejos altruísticos. Mas pregar racionalidade é um tanto diferente, porque ela nos ajuda, de modo geral, a satisfazer os nossos próprios desejos, quaisquer que sejam. O homem é racional na proporção em que a sua inteligência orienta e controla os seus desejos.
Acredito que o controle dos nossos actos pela inteligência é, afinal, o que mais importa e a única coisa capaz de preservar a possibilidade de vida social, enquanto a ciência expande os meios de que dispomos para nos ferir e destruir. O ensino, a imprensa, a política, a religião – numa palavra, todas as grandes forças do mundo – estão actualmente do lado da irracionalidade; estão nas mãos dos homens que lisonjeiam Populus Rex com o fito de desencaminhá-lo.

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Temos tanta pressa de fazer algo, escrever, amontoar bens e deixar ouvir a nossa voz no silêncio enganador da eternidade que esquecemos a única coisa em relação à qual as outras não são mais do que meras partes: viver.

O bem comum é aquele que respeita ao conjunto das pessoas em relação, ou seja, aquilo que a todas é indispensável assegurar para que dada pessoa possa realizar-se na liberdade.

Quem Pensa, Ri

Quem raciocina com intensidade e violência tem que expressar com descongestionamento. Rir não é não ter razão. Não há relação entre a solenidade e a verdade. Deixemos a seriedade aos que têm ideais em que perdem tempo e jeito. Pensemos, e acabemos de pensar com uma gargalhada.
A dor do mundo é grande? Talvez seja. Como não há metro para ela, não sabemos. Mas, ainda que seja grande, curar-se-á aumentando-a com a nossa?
Pensa a sério mas não com sério. Pensa profundamente, mas não às escuras. Quer fortemente, mas não com as sobrancelhas.
Sinceros? Quantos gramas de verdade é que a vossa sinceridade pesa?
Quem pensa, ri; só não ri quem só faz cara que pensa.
Ri, bruto!

A Cultura Deve Ser Uma Descoberta Individual de Cada um de Nós

Não se deve intervir, não nos devemos meter nos problemas que cada um tem com a leitura. Não devemos sofrer por causa das crianças que não lêem, perder a paciência. Trata-se da descoberta do continente da leitura. Ninguém deve encorajar nem incitar outra pessoa a ir ver como ele é. Já existe excessiva informação no mundo acerca da cultura. Devemos partir sós para esse continente. Descobri-lo sozinhos. Operarmos sozinhos esse nascimento.
Por exemplo, em relação a Baudelaire, devemos ser os primeiros a descobrir o seu esplendor. E somos os primeiros. E, se não formos os primeiros, nunca seremos leitores de Baudelaire. Todas as obras-primas do mundo deveriam ser encontradas pelas crianças nos despejos públicos, e lidas às escondidas dos pais e dos mestres.
Por vezes, o facto de se ver alguém a ler um livro no metro, com grande atenção, pode provocar a compra desse livro. Mas não quanto aos romances populares. Aí, ninguém se engana quanto à natureza do livro. Os dois géneros nunca estão juntos nas mesmas mãos. Os romances populares são impressos em milhões de exemplares. Com a mesma grelha aplicada, em princípio, há uns cinquenta anos, os romances populares desempenham a sua função de identificação sentimental ou erótica.

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Nossa vida é o que nossos pensamentos fazem dela. Um homem descobrirá que conforme ele altera seus pensamentos em relação às coisas e às outras pessoas, as coisas e as outras pessoas mudarão para com ele.

Os nossos anos não devem ser calculados pela certidão de nascimento. Um homem grisalho de 70 anos pode, em relação aos conhecimentos de Torá, ser como uma criança que gatinha sob a mesa.

Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária. A estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma.

Acerca do amor… o que é que eu posso dizer? Não é a quantidade das nossas relações sexuais que conta. É a qualidade. Mas por outro lado, se a quantidade cai abaixo de todos os oito meses, então tenho que a ter em consideração.

Com relação aos meus filmes, creio que não se baseiam tanto na procura como numa pesquisa. Se estivermos procurando por algo, o labirinto é o local mais adequado para a investigação.

A Moral entre a Verdade e a Subjectividade

Um homem que busca a verdade torna-se sábio; um homem que pretende dar rédea solta à sua subjectividade torna-se, talvez, escritor; e que fará um homem que busca algo que se situa entre essas duas hipóteses? Mas tais exemplos, os de algo que está «entre», encontramo-los em qualquer sentença moral, a começar pela mais simples e mais conhecida: «não matarás». Vê-se imediatamente que não é nem uma verdade nem uma experiência subjectiva. Sabe-se que, em muitos aspectos, nos conformamos estritamente a ela, mas que, por outro lado, se aceitam numerosas excepções, ainda que perfeitamente delimitadas; no entanto, num grande número de casos de um terceiro tipo – por exemplo na imaginação, na esfera dos desejos, nas peças de teatro ou no prazer que experimentamos ao ler as notícias dos jornais – deixamo-nos oscilar descontroladamente entre a aversão e a atracção.
Por vezes aquilo a que não podemos chamar nem verdade nem experiência pessoal recebe o nome de imperativo. Tais imperativos foram associados aos dogmas da religião ou da lei, concedendo-lhes assim o carácter de uma verdade derivada, mas os romancistas narram as excepções, a começar pelo sacrifício de Abraão e terminando na bela mulher jovem que matou o amante a tiro,

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