EloquĂȘncia, n. A arte de persuadir oralmente os tolos de que o branco Ă© a cor que aparenta ser. Inclui o dom de fazer qualquer cor parecer branca.
Passagens sobre EloquĂȘncia
48 resultadosEloquĂȘncia Ă© a arte de persuadir oralmente os tolos de que o branco Ă© a cor que parece ser. Inclui o dom de fazer qualquer cor parecer branca.
Quem possui atĂ© aqui a eloquĂȘncia mais convincente? O tambor; enquanto os reis lhe podem dar ordens sĂŁo eles que continuam a ser os melhores oradores e os melhores agitadores populares.
Talento nĂŁo Ă© Sabedoria
Deixa-me dizer-te francamente o juĂzo que eu formo do homem transcendente em gĂ©nio, em estro, em fogo, em originalidade, finalmente em tudo isso que se inveja, que se ama, e que se detesta, muitas vezes. O homem de talento Ă© sempre um mau homem. Alguns conheço eu que o mundo proclama virtuosos e sĂĄbios. DeixĂĄ-los proclamar. O talento nĂŁo Ă© sabedoria. Sabedoria Ă© o trabalho incessante do espĂrito sobra a ciĂȘncia. O talento Ă© a vibração convulsiva de espĂrito, a originalidade inventiva e rebelde Ă autoridade, a viagem extĂĄtica pelas regiĂ”es incĂłgnitas da ideia. Agostinho, FĂ©nelon, Madame de StaĂ«l e Bentham sĂŁo sabedorias. Lutero, Ninon de Lenclos, Voltaire e Byron sĂŁo talentos.
Compara as vicissitudes dessas duas mulheres e os serviços prestados Ă humanidade por esses homens, e terĂĄs encontrado o antagonismo social em que lutam o talento com a sabedoria. Porque Ă© mau o homem de talento ? Essa bela flor porque tem no seio um espinho envenenado ? Essa esplĂȘndida taça de brilhantes e ouro porque Ă© que contĂ©m o fel, que abrasa os lĂĄbios de quem a toca ? Aqui tens um tema para trabalhos superiores Ă cabeça de uma mulher, ainda mesmo reforçada por duas dĂșzias de cabeças acadĂ©micas !
Descobrindo-se, o poeta personifica, representa. Nos melhores momentos descobre o que nem sequer encoberto estava, porque o que ele faz Ă© ver a oblĂqua eloquĂȘncia ou o encanto do que, sem ele, nĂŁo seria.
A eloquĂȘncia vale mais que o saber.
A maior eloquĂȘncia nĂŁo Ă© a palavra pronunciada, mas a verdade em acção.
O homem poderoso que junta a eloquĂȘncia Ă audĂĄcia torna-se num cidadĂŁo perigoso quando lhe falta bom senso.
A eloquĂȘncia parlamentar Ă© uma campaiÂnha que se toca quando chega a hora do jantar.
No falar, a discrição importa mais do que a eloquĂȘncia.
Quando a eloquĂȘncia, inspirada do Ăntimo da alma, regurgita em jorros dos lĂĄbios de uma amante, Ă© certo o triunfo.
O EspĂrito Ă© a Arma da Diplomacia
Ser espirituoso Ă© metade de ser diplomata. (…) O espĂrito move tudo e nĂŁo responde por coisa alguma: ele Ă© a eloquĂȘncia da alegria, e o entrincheiramento das situaçÔes difĂceis: salva uma crise fazendo sorrir: condensa em duas palavras a crĂtica de uma instituição: disfarça Ă s vezes a fraqueza de uma opiniĂŁo, acentua outras vezes a força de uma ideia: Ă© a mais fina salvaguarda dos que nĂŁo querem definir-se francamente: tira a intransigĂȘncia Ă s convicçÔes, fazendo-lhes cĂłcegas: substitui a razĂŁo quando nĂŁo substitui a ciĂȘncia, dĂĄ uma posição no mundo, e, adoptado como um sistema, derruba um impĂ©rio. E, sobretudo pelo indefinido que dĂĄ Ă conversação, ele Ă© a arma verdadeira da diplomacia.
O milagre nĂŁo Ă© dar vida ao corpo extinto, Ou luz ao cego, ou eloquĂȘncia ao mudo… Nem mudar ĂĄgua pura em vinho tinto… Milagre Ă© acreditarem nisso tudo!
Em amor um silĂȘncio vale mais do que uma linguagem. Ă bom ficar sem palavras; hĂĄ uma eloquĂȘncia no silĂȘncio que penetra mais do que a lĂngua o conseguiria.
A eloquĂȘncia Ă© uma pintura do pensamento.
Bom e Expressivo
Acaba mal o teu verso,
mas fĂĄ-lo com um desĂgnio:
Ă© um mal que nĂŁo Ă© mal,
Ă© lutar contra o bonito.Vai-me a essas rimas que
tĂŁo bem desfecham e que
sĂŁo o pĂŁo de lĂł dos tolos
e torce-lhes o pescoço,tal como o outro pedia
se fizesse Ă eloquĂȘncia,
e se houver um vossa excelĂȘncia
que grite: â NĂŁo Ă© poesia!,diz-lhe que nĂŁo, que nĂŁo Ă©,
que Ă© topada, lixa trĂȘs,
serração, vidro moĂdo,
papel que se rasga ou pe-dra que rola na pedra…
Mas também da rima «em cheio»
poderĂĄs tirar partido,
que a regra Ă© nĂŁo haver regra,a nĂŁo ser a de cada um,
com sua rima, seu ritmo,
nĂŁo fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo…
EloquĂȘncia positiva Ă© aquele que persuade com doçura, nĂŁo com violĂȘncia, ou seja, como um rei, nĂŁo como um tirano.
O Maior Amor e as Coisas que Se Amam
Tomara poder desempenhar-me, sem hesitaçÔes nem ansiedades, deste mandato subjectivo cuja execução por demorada ou imperfeita me tortura e dormir descansadamente, fosse onde fosse, plĂĄtano ou cedro que me cobrisse, levando na alma como uma parcela do mundo, entre uma saudade e uma aspiração, a consciĂȘncia de um dever cumprido.
Mas dia a dia o que vejo em torno meu me aponta novos deveres, novas responsabilidades da minha inteligĂȘncia para com o meu senso moral. Hora a hora a (…) que escreve as sĂĄtiras surge colĂ©rica em mim. Hora a hora a expressĂŁo me falha. Hora a hora a vontade fraqueja. Hora a hora sinto avançar sobre mim o tempo. Hora a hora me conheço, mĂŁos inĂșteis e olhar amargurado, levando para a terra fria uma alma que nĂŁo soube contar, um coração jĂĄ apodrecido, morto jĂĄ e na estagnação da aspiração indefinida, inutilizada.
Nem choro. Como chorar? Eu desejaria poder querer (desejar) trabalhar, febrilmente trabalhar para que esta pĂĄtria que vĂłs nĂŁo conheceis fosse grande como o sentimento que eu sinto quando n’ela penso. Nada faço. Nem a mim mesmo ouso dizer: amo a pĂĄtria, amo a humanidade. Parece um cinismo supremo. Para comigo mesmo tenho um pudor em dizĂȘ-lo.
O governo nĂŁo Ă© uma razĂŁo, tambĂ©m nĂŁo Ă© eloquĂȘncia, Ă© força. Opera como o fogo; Ă© um servente perigoso e um amo temĂvel; em nenhum momento se deve permitir que mĂŁos irresponsĂĄveis o controlem.
A poesia nĂŁo estĂĄ nem nos pensamentos, nem nas coisas, nem nas palavras; ela nĂŁo Ă© nem filosofia, nem descrição, nem eloquĂȘncia: ela Ă© inflexĂŁo.