Passagens sobre InfortĂșnio

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De todos os infortĂșnios que afligem a humanidade, o mais amargo Ă© que temos de ter consciĂȘncia de muito e controle de nada.

Uma nação nĂŁo nasce duma ideia. Nasce dum contrato de homens livres que se inspiram nas insubmissĂ”es necessĂĄrias ao ministĂ©rio dos povos sobre os seus infortĂșnios.

Quando, num paĂ­s, o infortĂșnio se generaliza, o egoĂ­smo, por sua vez, se universaliza.

CompaixĂŁo MĂłrbida

Todos os dias desfaço-me, por via da razĂŁo, desse sentimento pueril e inumano que faz que desejemos que os nossos males suscitem a compaixĂŁo e o pesar nos nossos amigos. Fazemos valer os nossos infortĂșnios desproporcionadamente para provocar as suas lĂĄgrimas. E a firmeza face Ă  mĂĄ fortuna, que louvamos em toda a gente, reprovamo-la e repudiamo-la aos nossos Ă­ntimos quando a mĂĄ fortuna Ă© a nossa. NĂŁo nos contentamos com que eles sejam sensĂ­veis Ă s nossas dores, precisamos que com elas se aflijam.
Deve-se espalhar a alegria, mas conter, tanto quanto possĂ­vel, a tristeza. Quem quer ser compadecido sem razĂŁo Ă© homem que nĂŁo o merece ser quando houver razĂŁo para tal. Estar sempre a lamentar-se Ă© caso para se nĂŁo ser lamentado, pois quem tantas vezes faz de coitadinho nĂŁo inspira dĂł a ninguĂ©m. Quem faz de morto estando vivo sujeita-se a ser tido por vivo em morrendo. Vi doentes abespinharem-se por os acharem de bom semblante e com o pulso normal, reprimirem o riso porque este denunciava a sua cura e odiarem a saĂșde por ela nĂŁo suscitar compaixĂŁo.

A Guerra

E tropeçavam todos nalgum vulto,
quantos iam, febris, para morrer:
era o passado, o seu passado — um vulto
de esfinge ou de mulher.

CaĂ­am como herĂłis os que nĂŁo o eram,
pesados de infortĂșnio e solidĂŁo.
(Arma secreta em cada coração:
a tortura de tudo o que perderam.)

Inimigos nĂŁo tinham a nĂŁo ser
aquela nostalgia que era deles.
Mas lutavam!, sonĂąmbulos, imbeles,
sĂł na esp’rança de ver, de ver e ter
de novo aquele vulto
— imponderável e oculto —
de esfinge, ou de mulher.

O infortĂșnio Ă© um degrau para o gĂ©nio, uma piscina para o cristĂŁo, um tesouro para o homem hĂĄbil e um abismo para o fraco.

Ode à Esperança

1

Vem, vem, doce Esperança, Ășnico alĂ­vio
Desta alma lastimada;
Mostra, na c’roa, a flor da Amendoeira,
Que ao Lavrador previsto,
Da Primavera prĂłxima dĂĄ novas.

2

Vem, vem, doce Esperança, tu que animas
Na escravidĂŁo pesada
O aflito prisioneiro: por ti canta,
Condenado ao trabalho,
Ao som da braga, que nos pés lhe soa,

3

Por ti veleja o pano da tormenta
O marcante afouto:
No mar largo, ao saudoso passageiro,
(Da sposa e dos filhinhos)
Tu lhe pintas a terra pelas nuvens.

4

Tu consolas no leito o lasso enfermo,
C’os ares da melhora,
Tu dås vivos clarÔes ao moribundo,
Nos jĂĄ vidrados olhos,
Dos horizontes da Celeste PĂĄtria.

5

Eu jå fui de teus dons também mimoso;
A vida largos anos
Rebatida entre acerbos infortĂșnios
A sustentei robusta
Com os pomos de teus vergéis viçosos.

6

Mas agora, que MĂĄrcia vive ausente;
Que nĂŁo me alenta esquiva
C’o brando mimo dum de seus agrados,

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O Desgaste da Inveja

De todas as caracterĂ­sticas que sĂŁo vulgares na natureza humana a inveja Ă© a mais desgraçada; o invejoso nĂŁo sĂł deseja provocar o infortĂșnio e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como tambĂ©m se torna infeliz por causa da sua inveja. Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros tĂȘm. Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele Ă© tĂŁo desejĂĄvel como assegurar as mesmas vantagens para si prĂłprio. Se uma tal paixĂŁo toma proporçÔes desmedidas, torna-se fatal a todo o mĂ©rito e mesmo ao exercĂ­cio do talento mais excepcional.
Por que Ă© que o mĂ©dico deve ir ver os seus doentes de automĂłvel quando o operĂĄrio vai para o seu trabalho a pĂ©? Por que Ă© que o investigador cientĂ­fico pode passar os dias num quarto aquecido, quando os outros tĂȘm de expor-se Ă  inclemĂȘncia dos elementos? Por que Ă© que um homem que possui algum talento raro de grande importĂąncia para o mundo deve ser dispensado do penoso trabalho domĂ©stico? Para tais perguntas a inveja nĂŁo encontra resposta. Afortunadamente, porĂ©m, hĂĄ na natureza humana um sentimento compensador, chamado admiração. Todos os que desejm aumentar a felicidade humana devem procurar aumentar a admiração e diminuir a inveja.

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Acusar os outros pelos prĂłprios infortĂșnios Ă© um sinal de falta de educação; acusar-se a si mesmo mostra que a educação começou; nĂŁo acusar nem a si mesmo nem aos outros mostra que a educação estĂĄ completa.

Ode Ă  Amizade

Se depois do infortĂșnio de nascermos
Escravos da Doença e dos Pesares
Alvos de Invejas, alvos de CalĂșnias
Mostrando-nos a campa
A cada passo aberta o Mar e a Terra;
Um raio despedido, fuzilando
Terror e morte, no rasgar das nuvens
O tenebroso seio
A Divina Amizade nĂŁo viera
Com piedosa mĂŁo limpar o pranto,
Embotar com dulcĂ­ssono conforto
As lanças da Amargura;
O Såbio espedaçara os nós da vida
Mal que a RazĂŁo no espelho da ExperiĂȘncia
Lhe apontasse apinhados inimigos
C’o as cruas mĂŁos armadas;
Terna Amizade, em teu altar tranquilo
Ponho — por que hoje, e sempre arda perene
O vago coração, ludíbrio e jogo
Do zombador Tirano.
Amor me deu a vida: a vida enjeito,
Se a Amizade a nĂŁo doura, a nĂŁo afaga;
Se com mais fortes nĂłs, que a Natureza,
Lhe nĂŁo ata os instantes.
Que só ditosos são na aberta liça
Dois mortais, que nos braços da Amizade,
Estreitos se unem, bebem de teu seio
NectĂĄrea valentia.
Tu cerceias o mal, o bem dilatas,
E as almas que cultivas cuidadosa,

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SĂł os que padecem um extremo infortĂșnio estĂŁo aptos a usufruir uma extrema felicidade. É preciso ter querido morrer para saber o que vale a vida.

EstĂĄ em nossas mĂŁos apagar inteiramente da nossa memĂłria os infortĂșnios e as recordaçÔes desagradĂĄveis.

Onde estĂŁo vinte pessoas reunidas em pregĂŁo ao insulto do infortĂșnio, aĂ­ sem dĂșvida estĂŁo acobertados vinte crimes. Do elo da libertinagem ao elo da ladroeira preencham a cadeia com os fuzis que faltam.