Interrogativas

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Interrogativas para ler e compartilhar. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Um único homem sem alegria basta para criar numa casa inteira um mau humor contínuo e para a envolver numa nuvem escura: e é um milagre se este homem não está presente! É preciso muito para que a felicidade seja doença tão contagiosa. De onde é que isso vem?

Sempre soube que deveria haver um propósito em minha vida. Senti sempre alguém me guiando. Quero dizer, deve haver uma razão. Por que eu fui escolhido? Entre milhares de pessoas, por que eu? Por que eu fui escolhido para ser Elvis Presley. Tem que ter uma razão.

Dar um passo pode ser fruto de uma decisão complexa. Há a possibilidade de seguir para a direita ou para a esquerda, posso continuar em frente ou voltar para trás, desfazer. Cada escolha lançará uma cadeia de resultados. Mal comparado, é como acordar na estação Sèvres-Lecourbe e não ter mapa do metro, nunca ter estado ali, não saber sequer onde se está, não saber sequer o que é o metro. Ter de aprender tudo. Ao fim de um tempo, com sorte, conversando com pedintes cegos, tocadores de concertina, talvez se consiga chegar à conclusão que se quer ir para a estação Ourcq, esse é o lugar onde se poderá ser feliz, mas como encontrar o caminho sem mapa, sem conhecer linhas e ligações? É possível arrastar a vida inteira no metro de Paris e nunca passar por Ourcq. É também possível passar por lá e não reconhecer que é ali que se quer sair.

Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa? Quero antes afiançar que essa moça não se conhece senão através de ir vivendo à toa.

Pergunta Errada Se eu acredito em Deus? Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim.

Onde estás ó meu amor,
Que te não vejo aparecer?
Para que quero eu os olhos
Se não servem para te ver?

Que me importa a luz suave
Dos olhos que o mundo tem?
Não posso ver os teus olhos
Não quero ver os de ninguém.

Se souberes toda a Bíblia exteriormente e as palavras de todos os filósofos, a que serviria tudo isso sem o amor e a graça de Deus?

Acho que sei agora qual é a minha missão, levar alegria à vida de outras pessoas. As pessoas sofrem em todo o mundo e a cada dia isso piora. Não sou um pregador, sou um cantor. É o meu papel e adoro o que faço. Agradeço a Deus por ser o que sou. E quem sabe? Talvez exista algo mais para mim. Talvez Deus queira usar-me para fazer grandes coisas. Sinto isso, espero que seja verdade.

Se eu esperar compreender para aceitar as coisas – nunca o ato de entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, mergulho que abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou eu para ousar pensar? Devo é entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando é que se sabe andar e – milagre – se anda.

Todos os efeitos especiais pertencem à técnica, não à arte. Para além disto, sugerimos o inacreditável. Onde podemos ir mais longe do que aquilo que somos? Li um realizador dizer que quando apresentava um filme novo, se ouvia que era o filme de um grande realizador, ficava triste. Mas se ouvia que era um grande filme, ficava contente. Isto é evidente: o realizador não deve mostrar-se. Mostra o inconcebível, mas não se mostra a ele próprio.

…Quem nos deu asas para andar de rastos? Quem nos deu olhos para ver os astros Sem nos dar braços para os alcançar?!…

…nada jamais fora tão acordado como seu corpo sem transpiração e seus olhos-diamantes, e de vibração parada. E o Deus? Não. Nem mesmo a angustia. O peito vazio, sem contração. Não havia grito.

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca.