Passagens sobre Animais

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Meus pais não tinham dinheiro para me comprar um cachorro. Então me levaram a uma loja de animais e me compraram uma pulga. Eu a chamava de Manchinha.

Odeio e detesto principalmente aquele animal chamado homem; embora ame cordialmente John, Peter, Thomas, e assim por diante.

Receio que os animais considerem o homem como um ser da sua espécie, mas que perdeu da maneira mais perigosa a sã razão animal, receio que eles o considerem como o animal absurdo, como o animal que ri e chora, como o animal desastroso.

Felicidade e Alegria

Não creio que se possa definir o homem como um animal cuja característica ou cujo último fim seja o de viver feliz, embora considere que nele seja essencial o viver alegre. O que é próprio do homem na sua forma mais alta é superar o conceito de felicidade, tornar-se como que indiferente a ser ou não ser feliz e ver até o que pode vir do obstáculo exactamente como melhor meio para que possa desferir voo. Creio que a mais perfeita das combinações seria a do homem que, visto por todos, inclusive por si próprio, como infeliz, conseguisse fazer de sua infelicidade um motivo daquela alegria que se não quebra, daquela alegria serena que o leva a interessar-se por tudo quanto existe, a amar todos os homens apesar do que possa combater, e é mais difícil amar no combate que na paz, e sobretudo conservar perante o que vem de Deus a atitude de obediência ou melhor, de disponibilidade, de quem finalmente entendeu as estruturas da vida.
Os felizes passam na vida como viajantes de trem que levassem toda a viagem dormindo; só gozam o trajecto os que se mantêm bem despertos para entender as duas coisas fundamentais do mundo: a implacabilidade,

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Temo que os bichos considerem o homem como um semelhante que se privou da razão animal sadia, como um animal no delírio, que ri e que chora, como um animal infeliz.

Antes o Vôo da Ave

Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!

O homem, quando perfeito, é o melhor dos animais, mas quando separado da lei e da justiça, se torna o pior de todos eles.

A Finalidade do Estado é a Liberdade

Num Estado democrático, o que menos se tem a temer é o absurdo, pois é quase impossível que a maioria dos homens unidos em um todo, se esse todo for considerável, concorde com um absurdo.
(…) Não, repito, a finalidade do Estado não é fazer os homens passarem da condição de seres razoáveis à de animais brutos ou de autómatos, mas, pelo contrário, é instituído para que a sua alma e o seu corpo se desobriguem com segurança de todas as suas funções, para que eles próprios usem uma Razão livre, para que não lutem mais por ódio, cólera ou artifício, para que se suportem sem animosidade uns aos outros. A finalidade do Estado é portanto, na realidade, a liberdade.

O Cuidado pela Posteridade é Maior naqueles que não Deixam Posteridade

As alegrias dos pais são secretas, como também o são os desgostos e os receios: não sabem exprimir as primeiras, não querem exprimir os segundos. As crianças tornam mais suaves os nossos trabalhos, mas tornam amargas as nossas desgraças; acrescem os cuidados da vida, mas mitigam a lembrança da morte. A perpetuidade pela geração é comum aos animais; mas a glória, o mérito, e os nobres feitos são próprios do homem. E certamente observar-se-á que as obras e as instituições mais nobres provêm de homens sem filhos, homens que transmitiram as imagens do seu espírito, já que não transmitiram as dos seu corpo. Assim o cuidado pela posteridade é maior naqueles que não deixam posteridade.

Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais (…) os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.

Nunca Mostrar Espírito e Entendimento

Como ainda é inexperiente quem supõe que, ao mostrar espírito e entendimento, recorre a um meio seguro para fazer-se benquisto em sociedade! Na verdade, na maioria das pessoas, tais qualidades despertam ódio e rancor, que serão tão mais amargos quanto quem os sentir não tiver o direito de externar o motivo, chegando até a dissimulá-lo para si mesmo. Isso acontece da seguinte forma: se alguém nota e sente uma grande superioridade intelectual naquele com quem fala, então conclui tacitamente e sem consciência clara que este, em igual medida, notará e sentirá a sua inferioridade e a sua limitação. Essa conclusão desperta o ódio, o rancor e a raiva mais amarga.
(…) Mostrar espírito e entendimento é uma maneira indirecta de repreender nos outros a sua incapacidade e estupidez. Ademais, o indivíduo comum revolta-se ao avistar o seu oposto, sendo a inveja o seu instigador secreto. A satisfação da vaidade é, como se pode ver diariamente, um prazer que as pessoas colocam acima de qualquer outro, mas que só é possível por intermédio da comparação delas próprias com os demais. No entanto, nenhum mérito torna o homem mais orgulhoso do que o intelectual: só neste repousa a sua superioridade em relação aos animais.

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Portugal

Maior do que nós, simples mortais, este gigante
foi da glória dum povo o semideus radiante.
Cavaleiro e pastor, lavrador e soldado,
seu torrão dilatou, inóspito montado,
numa pátria… E que pátria! A mais formosa e linda
que ondas do mar e luz do luar viram ainda!
Campos claros de milho moço e trigo loiro;
hortas a rir; vergéis noivando em frutos de oiro;
trilos de rouxinóis; revoadas de andorinhas;
nos vinhedos, pombais: nos montes, ermidinhas;
gados nédios; colinas brancas olorosas;
cheiro de sol, cheiro de mel, cheiro de rosas;
selvas fundas, nevados píncaros, outeiros
de olivais; por nogais, frautas de pegureiros;
rios, noras gemendo, azenhas nas levadas;
eiras de sonho, grutas de génios e de fadas:
riso, abundância, amor, concórdia, Juventude:
e entre a harmonia virgiliana um povo rude,
um povo montanhês e heróico à beira-mar,
sob a graça de Deus a cantar e a lavrar!
Pátria feita lavrando e batalhando: aldeias
conchegadinhas sempre ao torreão de ameias.
Cada vila um castelo. As cidades defesas
por muralhas, bastiões, barbacãs, fortalezas;
e, a dar fé, a dar vigor,

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Todo O Animal Da Calma Repousava

Todo o animal da calma repousava,
só Liso o ardor dela não sentia;
que o repouso do fogo em que ardia
consistia na Ninfa que buscava.

Os montes parecia que abalava
o triste som das mágoas que dezia;
mas nada o duro peito comovia,
que na vontade d’outrem posto estava.

Cansado já de andar pela espessura,
no tronco d’üa faia, por lembrança,
escreveu estas palavras de tristeza:

“Nunca ponha ninguém sua esperança
em peito feminil, que, de natura,
somente em ser mudável tem firmeza”.

O tédio é de certo modo o mais sublime dos sentimentos humanos. O não poder ser satisfeito por nenhuma coisa terrena nem, por assim dizer, pela terra inteira. Por isso o tédio é pouco conhecido dos homens sem importância, e pouquíssimo ou nada dos outros animais.

Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade.

À primeira vista, não existe nada de caracteristicamente humano nas emoções, uma vez que é bem claro que os animais também têm emoções. No entanto, há qualquer coisa de muito característico no modo como as emoções estão ligadas às ideias, aos valores, aos princípios e aos juízos complexos que só os seres humanos podem ter, sendo nessa ligação que reside a nossa ideia bem legítima de que a emoção humana é especial. A emoção humana não se reduz ao prazer sexual ou ao pavor de répteis. Tem a ver, igualmente, com o horror de testemunhar o sofrimento e com a satisfação de ver cumprida a justiça.

Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação a natureza e aos animais.